domingo, 27 de junho de 2010

Eu escrevi um livro e agora ele saiu... Eu preciso contar a você...

Eu quero que você saiba que eu não me sinto grande ao ter escrito um livro. Nem adulta. Nem madura. Nem certa. Nem chique. Eu sempre sou e serei a Mô. Eu não me encontrei. Não cheguei a lugar nenhum. Assim como, não me encontrei quando tive meus filhos ou plantei uma árvore. Sim, eu fiz essas coisas olimpicamente, como diria um argentino, segundo minha amiga Sophia. Mas não são essas coisas que imprimem a mim algo especial. Porque todo mundo pode plantar suas árvores, ter seus filhos e escrever seus livros. Mas a coisa toda, o que quero dizer mesmo é que eu tive essa oportunidade de ver um escrito meu ser publicado. Então, eu queria que você soubesse que eu sou AGRADECIDA. Essa é a palavra certa agora. Agradecida demais. Primeiro ao Papai do céu, em Quem acredito piamente. (Minha vida é cheia de encontros fantásticos com anjos). Depois à amiga Roberta Petin, que se esforçou sobremaneira para que este livro saísse. Também à Mariângela Pires, que entre uma gargalhada e outra (só quem conhece sabe da gargalhada deliciosa que ela tem), disse à dona da editora que conhecia alguém que poderia escrever um livro sobre qualquer coisa. Imagine! Risos. Mariângela, acho, já tinha tomado alguns goles de prosecco. Foram cinco dias escrevendo. De repente, eu tinha uma encomenda : escrever uma história sobre ecologia em cinco dias. Imagine você, que quando o plano é escrever um conto, por exemplo, eu já sei que ele não vai ser ilustrado. Então, eu tento esgotar todas as formas de compreensão do leitor buscando na palavra o desenho da cena. Nesse caso, era diferente: eu tinha um número de páginas para respeitar. Também já sabia que não poderia explicar tudo, “ilustrar” com palavras minhas ideias, para não cansar o leitor mirim. No caso deste livro, tudo foi muito particular. Daí entra outra pessoa em cena: Nice Lopes, minha amiga dos meus quintais, da minha infância. E a ilustradora deste livro. O “casamento” entre ilustração e narrativa foi assim... perfeito! É até meio complicado de se entender, mas isso torna tudo mais divertido. A verdade é que eu já tinha o final do livro na cabeça. Parece engraçado isso, não? Eu não tinha o miolo do livro, nem tampouco seu início. Apenas o final. Mas o mais interessante é que o final veio a mim não por palavras, e sim por imagens. É que quando escrevo, na verdade, estou vendo. Quando escrevo, remonta em mim uma cena estática, uma pintura, um quadro, uma ilustração. E sempre é assim. Eu vi a Lua adulta, linda, sensível e forte, suja da lama do mangue úmido e vi guarás-vermelhos voando sobre ela, arrancando, num gesto de gratidão, suas próprias penas e jogando sobre a heroína, formando nela um vestido. E esta é a cena de que estou falando:


"A nuvem vermelha", um livro de Mô Amorim, com ilustrações de Nice Lopes/ foto: Robson Gonzalez


Era uma imagem de sonho. Enquanto eu sonhava com a narrativa, eu sabia que não existia outra pessoa que pudesse traduzi-la que não fosse minha amiga Nice (www.nicelopes.blogspot.com). Nós nos conhecemos desde a infância e ela é a melhor ilustradora que conheço para traduzir minhas idéias. Ela me deixou muito à vontade para explicar minhas imagens mentais. O incrível é que ela conseguiu traduzir tudo perfeitamente. E foi muito gentil quando perguntava a mim se era aquilo mesmo que eu havia imaginado. Eu posso dizer que ela continuou o livro, porque há sempre um texto guardado nos desenhos dela. Agradeço aos céus por este encontro, pois a Nice foi minha grande incentivadora a criar este blog, que me fez conhecer você, afinal, já tenho tantos amigos por causa dele... Foi aí que tudo começou. E agora, apresento a você, meu livro "A nuvem vermelha":



"A nuvem vermelha", um livro de Mô Amorim, com ilustrações de Nice Lopes/ foto: Robson Gonzalez


Faz algum tempo que eu queria contar a novidade, mas estava esperando as coisas ficarem mais concretas. Ficou tudo tão concreto que se alguém quiser adquirir um exemplar, é só entrar no site da editora: http://www.editoraadonis.com.br/produto.php?idprod=122


Também quero agradecer a todos da editora Adonis. Em especial, porém, à Marcela e à Patrícia, pelo cuidado com a finalização deste livro.

Em breve haverá um noite de autógrafos, meus e da ilustradora (que vergonha... hehe). Nessas horas, percebo que não sou gente grande ainda. E nem quero ser. Eu aviso aqui no blog, tá? Um beijo pra você, que leu tudo isso. Obrigada, mozinha...

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